quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Como sobreviver ás birras dos 2 anos com classe ?

Jantamos em plena Marina de Vilamoura. São 21h e estamos sentados numa mesa na esplanada, cheia de turistas e Portugueses também.
Ao nosso lado um casal de Belgas, girissimos e com 3 filhos!
A mais nova deve ter a mesma idade da M.
Maravilhosamente sentada, a comer sozinha e a olhar para um cenário de guerra!!!
A M. dá-lhe um ataque de birra e não quer sentar-se na cadeira.
Eu insisto porque quero que jante sentada e que aprenda que enquanto se come não se sai da mesa...ela grita e desata num choro estridente!!
Entretanto avista (para ajudar) uma mota daquelas de enfiar a moeda e corre que nem louca!
Senta-se na dita e ali fica com as lágrimas da birra a derramarem pelo rosto mas com um sorriso que não condiz!
O pai levanta-se e vai busca-la. Volta num berreiro.
Eu só peço para que a comida venha rápido!
Dou-lhe pão para a distrair mas em vez do pão acha mais graça à faca da manteiga e decide começar um batuque ensurdecedor com faca e prato à mistura!!!!
Mais uma birra quando lhe tiro a faca da mão!
Entretanto a comida chega.
Come 1/2 sopa a custo pois só pensa na mota!
Um miúdo da idade dela aproxima-se da mesa. Trocam palavras em código e o miúdo bate com o queixo na cadeira e sai a chorar!!!! (a mãe deve ter pensado que era a terrorista da M. mas juro que não)!!
Nós comemos o nosso prato em 5 minutos e eu só fiquei aliviada quando me vi longe dali!!!
Fiquei cansada e exausta!!!!!
 
 
Birras dos 2 anos já tinha ouvido falar!
Não aceitam um "não".
Acham que são eles que mandam.
Encenam uma peça dramática e nós sentimo-nos culpadas...
 
Apetece-me gritar, espernear, fazer como ela mas não posso!
E como faço para me livrar com classe disto?
 
"De pequenino se torce o pepino"
 
O que leio na teoria não resulta na prática...
 
  • Clarificar fronteiras: definir bem os papéis e as tarefas de cada um, deixando claro à criança que não lhe cabe tomar decisões e dizer aos pais o que fazer.
  • Definir regras: é importante definir regras de acordo com os valores da família (normas e valores sociais) adaptando-as à personalidade da criança. Algumas regras podem ser mais flexíveis, outras não, como cumprir os horários das refeições e da hora de deitar.
  • Acabar com as palmadas: a criança observa e reproduz o que vê, validando o seu comportamento conforme a tolerância do adulto, ao serem agressivos os pais constituem-se como modelo de agressividade que legitima o uso da força para conseguirem o que desejam, ao mesmo tempo que não ensinam a criança a lidar com a emoção e a controlar-se. Existem outras formas mais eficazes para os pais demonstrarem o seu desagrado, como por exemplo, deixar claro à criança que os comportamentos não desejados têm consequências, como a proibição de ver um desenho animado, dos jogos de computador, da sobremesa, entre outras coisas. É importante que não seja retirado tudo de uma vez, mas sim que cada punição implique o não acesso a uma regalia durante um tempo estabelecido pelos pais (nunca mais de um dia), sendo dada a oportunidade à criança de voltar a receber o que lhe foi retirado após o cumprimento do tempo da punição.
  • Realçar qualidades: apesar do comportamento da criança é essencial não esquecer as suas qualidades, usando-as como formas de vencer a impulsividade, fazendo com que as suas experiências de sucesso, gerando um sentimento de competência que a motive a continuar e aumente a sua auto estima.
  • Antecipar a presença dos problemas: os pais devem começar por compreender como e onde os comportamentos inadequados aparecem e o que os mantém presentes. Também é importante identificar os factores que os desencadeiam, como os pais actuam e como a criança reage e, posteriormente, como lidam com a reacção da criança. Ao identificar estes aspectos os pais podem alterar aquilo que não está a funcionar bem. Naturalmente, isso não acontece de um dia para o outro, sendo melhor que os pais comecem por pensar em alternativas para as situações mais prováveis de acontecer, combinando com a criança como vão agir e quais as consequências do seu comportamento.
  • Não à “mimalhice”: a “mimalhice” exige a satisfação de todas as vontades da criança, sob a máscara da troca de afecto. Há que esclarecer que amar não significa fazer todas as vontades, os pais não devem ter receio de demonstrar à criança que não pode fazer tudo o que quer, que é necessário respeitar as outras pessoas.
  • Conquistar a obediência: ninguém nasce obediente ou desobediente, mas aprende a sê-lo em função dos estímulos que o meio oferece e de como as pessoas reagem perante o seu comportamento. Os pais devem ser firmes e consistentes nas suas atitudes, para que a criança os respeite e obedeça ao que dizem.
  • Não é NÃO: a criança deve compreender que quando os pais lhe dizem que não, ela deve respeitar. Para tal, os pais tem de ser firmes e não ceder perante a birra da criança, só assim ela poderá entender que não é não.
  • Ajudar a criança a obedecer: é essencial que os pais se certifiquem que a criança está atenta ao que lhe dizem, certificando-se que ela ouve e compreende o que lhe dizem, para que possa obedecer. Desta forma, é importante retirar os estímulos externos quando fala com a criança (ex. apagar a televisão, olhar nos olhos da criança), e adequar a linguagem à criança. A maneira mais fácil de ajudar a criança a perceber o tempo é através da sua brincadeira: “dás mais duas voltas no triciclo e depois vamos tomar banho”, caso ela não cumpra, o progenitor, deve ir buscá-la e, olhando-a nos olhos, dizer que acabou a brincadeira porque é hora do banho, para assim, evitar os gritos e os desentendimentos.
  • Existe também um conjunto de ATITUDES QUE OS PAIS DEVEM EVITAR tomar, pois reforçam os problemas de comportamento:
    • Longos sermões: quando consideram que o comportamento da criança exige uma chamada de atenção, os pais devem fazê-la de forma breve e firme, para evitar que a criança se distraia.
    • Ameaças e mais ameaças: quando a criança não obedece aos pais é preferível ter uma atitude calma e reflectida, se for necessário, esperar um momento para parar e pensar antes de fazer alguma ameaça irreflectida que depois não se concretize. Desta forma, será mais fácil à criança acreditar que quando os pais dizem alguma coisa estão a falar a sério.
    • A desautorização entre os pais: por vezes os progenitores não estão de acordo na definição das regras, no entanto, para que tal não se transforme num problema, é necessário identificar as situações que causam mais desentendimentos, para que possam agir em conformidade. Deste modo, quando um castiga ou elogia o outro não deve criticar, pelo menos na presença da criança. Desta forma, fica claro à criança que o que um dos pais decide é para ser cumprido. Caso os pais não estejam de acordo, devem discutir alternativas em conjunto, quando estiverem a sós e nunca na presença da criança.
    • Gritar: a única vantagem é de aliviar a tensão, no entanto, as desvantagens são maiores: mostra descontrolo e convida a fazer o mesmo: vence quem fala mais ALTO!
    • A inconsistência: os pais devem ser firmes e consistentes, usando sempre a mesma estratégia em situações semelhantes, sem esquecer que a não consistência nas regras é um convite para o fracasso e permite que a criança obtenha aquilo que deseja mesmo quando não obedece.
    • Ceder à birra: a reacção do adulto ao lidar com a birra é muito importante e pode pôr fim à mesma ou dar-lhe mais forças, mantendo a sua presença. Dependendo das situações, o melhor é ignorar a birra e sair de perto da criança. Se a birra acontece em casa, deixar a criança chorar num lugar seguro até acalmar-se pode ajudar. Quando perceberem que a criança está mais calma aos pais podem apenas perguntar se a birra já foi embora e continuar a actividade que estavam a fazer, sem sermões. Quando a situação exigir, ou seja, caso a birra apresente contornos de agressão, pode ser aplicada uma punição, como por exemplo, não obter o objecto que motivou a birra. Isso permite à criança controlar-se melhor, prevendo as consequências dos seus comportamentos no futuro. Caso a birra apareça num local público, a criança deve ser retirada do centro do palco. A assistência das outras pessoas é tudo o que a birra precisa para ficar mais forte. Recorrer a ameaças e tentar assustar a criança não ajuda nada e apenas contribui para aumentar a tensão. Da mesma forma que, em casa, os pais também não devem ceder nem dialogar com a birra, quando todos estiverem mais calmos pode ser dada uma breve explicação à criança de que os pais não gostaram daquele comportamento e que sempre que se repetir será punido. Fundamental é o cumprimento do que for dito à criança para que ela saiba com o que conta.



    Mas sabem o que me irrita nisto tudo? É ouvir dizer que eles só repetem o que vêm nos pais!!
    Então mas eles não convivem com outros miúdos? Não é normal agirem de vez em quando em modo birra que nada tem a ver com o que aprendem connosco?
    Cá em casa ninguém bate com os talheres no prato, ninguém se atira para o chão quando é contrariado, ninguém chora só quando não tem o que quer...

    Que atire a 1ª pedra quem tem filhos e nunca teve um comportamento menos fantástico dos mesmos!!!!!
    Mas cuidado que todos temos telhados de vidro!


    4 comentários:

    1. Estou nesse filme também!!!!!! Um desespero.......

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    2. Aposto anos de vida como até disso vai sentir saudades daqui a alguns anos [Eu tenho] porque o tempo não passa, o tempo voa!

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    3. Pois que o meu M é especialista em situações dessas e digo-te, subscrevo cada linha :)

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    4. Eu li um artigo numa revista com medidas muito práticas para este tipo de problema. São ajudas que resultam mesmo! Se quiser pode fazer o download em www.jw.org/pt , é a revista "Despertai!" do mês de Julho. Espero que seja de ajuda.

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